De acordo com minha mais recente pesquisa no Google, ninguém. Não sou ninguém e não existo em lugar nenhum. Não tenho Facebook, Twitter, Linkedin. Não estou matriculada em nenhum curso, não exerço nenhuma atividade, com exceção da minha ocupação profissional. Não uso cartões de crédito no meu nome, nem tenho convênios ou vínculos com nenhuma instituição. Ninguém me liga e as únicas mensagens que troco são com meus relacionamentos muito próximos: namorado, amiga e família. Eu existo?
Nos últimos meses senti uma necessidade enorme de me reinventar, e para isso, o minimalismo e tudo que descobri nos últimos anos, foram as ferramentas fundamentais usadas no processo. Preciso de paz e silêncio, ou seja, preciso de espaço para focar em quem sou. Eliminei, então, tudo aquilo que estava gerando ruídos em minha vida: deletei o aplicativo do Instagram do meu celular (ainda não deletei a conta, estou "testando o terreno") e também os aplicativos de jogos, apaguei os contatos e sai dos grupos da faculdade, inclusive das pessoas com quem mais me relacionava para os trabalhos. Limpei meu e-mail pessoal inteiro, inclusive os e-mails enviados, mantendo só as informações pertinentes aos meus projetos atuais (férias, relacionamentos, trabalho etc).
Por outro lado, tenho lido mais a respeito de assuntos que me interessam e principalmente me permiti explorar os aspectos dessa nova fase da minha vida, que finalmente se apresentou. É um mix de sentimentos bem interessante, pois me sinto arrumando o quarto para receber um novo morador em minha casa. Tenho tomado o cuidado de reprimir os comportamentos infantis, principalmente de posse, e buscado um modus operandi mais adulto. Afinal, farei 26 anos dentro de dois meses, não posso mais ser considerada nem uma jovem adulta. São mudanças dificeis, mas gosto de pensar que são o começo de um estilo de vida mais alinhado com minhas crenças pessoais.
É estranho voltar a um estado de "não-existência". Não postar fotos do meu dia-a-dia no instagram, não zapear a vida alheia nas redes sociais, falar só com as poucas pessoas que lembram da minha existência. Me lembro de estar "conectada" desde os meus 12 anos, e cortar esse hábito me fez muito bem. Era tudo excessivo e superficial, e nada disso me fazia feliz. Hoje, no silêncio que criei ao meu redor, consigo perceber melhor meu mundo e minha existência, e, apesar de ser "vazio", me fez sentir mais íntegra: existo apenas por mim, não pelos outros, não pelas opiniões alheias. Tem sido uma boa vida! :)