Em Novembro do ano passado compartilhei com vocês as dificuldades financeiras nas quais me enfiei com meu comportamento irresponsável e egoísta. Hoje volto aqui para falar mais sobre isso. Referente aos meus gastos e capacidade de me ater ao meu orçamento, assim como havia previsto, não consegui segui-lo. Apesar de ter picotado os cartões, ainda mantenho a numeração deles para caso precise. No final do ano, economizei muitíssimo em presentes, principalmente porque os comprei pela internet (paguei R$80 em botas masculinas que custavam originalmente R$375, por exemplo) utilizando essas numerações, mas nem tudo foram flores: para cada dois presentes comprados acabava me presenteando também. Ajudou muitíssimo não carregar comigo nenhum cartão, apesar disso. Por outro lado, acabei fazendo uma compra enorme direto no débito.
Essa é a Lunna, e todos os dias ela faz xixi no lugar errado e não aprende a lição! |
Tenho um diagnóstico de variação de humor, o que, na pratica, significa que de tempos em tempos entro em um estado de estupor onde as coisas perdem um pouco seu peso e significado e depois só me restam as consequências. Como disse naquele mesmo post, o tratamento com a psicóloga tem me ajudado muito mesmo, e agradeço imensamente por ter condições de bancar mais esse gasto. Espero que entendam que não estou aqui inventando desculpas, mas sim lidando com a realidade: minha recuperação financeira será uma jornada com altos e baixos, e tenho certeza de que isso me ensinará a verdadeira lição. Na verdade, o aprendizado já começou.
Quando tive meu primeiro momento de pânico com essa questão financeira, um acontecimento muito triste ocorreu: um conhecido, pai de um amigo prestador de serviços, faleceu vítima de um infarto fulminante durante seu expediente de trabalho, junto a um cliente. Isso me deu uma clareza muito grande sobre o peso da situação em que estava versus a imutabilidade da situação em que meu amigo se encontrava: eu somente precisava parar de ser mimada e minhas contas ficariam muito bem, obrigada. Infelizmente, nada poderia mudar o cenário em que ele se encontrava, quer ficasse bravo com a situação, ou não. E ele passou por tudo isso com muita serenidade e paz, apesar da grande tristeza e vazio que se faziam presentes.
Estava com a cabeça muito perturbada por conta dessas questões financeiras novamente, quando recebi uma notícia devastadora. O filhinho de 3 anos de uma colega de trabalho veio a falecer em um acidente horrível durante a viagem de férias da família. Essa notícia aterradora atingiu a mim e a todos com a força de mil cavalos e voltou a colocar tudo em perspectiva. O que são 3 ou 4 meses de orçamento apertado e controle financeiro diante disso? O que é uma briga com minha mãe, um cliente chato ao telefone, um atendente lerdo na farmácia?
Minha psicóloga me chama a atenção pois sou muito rigorosa comigo mesma, e percebo hoje o quanto isso me prejudica. Tropeços são normais, eles acontecem e ensinam. Apesar dos excessos dos anos que passaram, me sinto mais fortalecida e principalmente me permito momentos de fragilidade e humanidade. Faz parte também. Conversei com meu namorado sobre como preciso frear um poucos os impulsos e reaprender a ser responsável e isso foi essencial, pois também fortalece nossa relação!
Falando nisso, e para não fechar o post com uma nota tão triste, segue a boa notícia do ano: iremos morar juntos e estamos começando o processo de preparar nossa casinha! Quem aí quer posts sobre o assunto, levanta a mão! :-)