Quando sua roupa te irrita

09:00

Eu admito que sou uma pessoa que valoriza muito se vestir bem. Sabe aquelas pessoas que usam papetes, bermudas caqui e camisetas com a estampa de qualquer ONG que elas apoiam? Não é comigo, e provavelmente nunca vai ser. Por um tempo eu confundi esse meu interesse com o consumo excessivo de moda. Hoje eu entendo que não é bem por aí, ainda bem. Percebi até que dá para conciliar esse tal de minimalismo com um guarda roupas para ninguém botar defeito.
Eu separo cinco opções de roupas nos domingos para usar durante a semana. E eis que na sexta feira eu coloco minha roupa e de repente começo a me sentir irritada. Fico com raiva da roupa, do sapato, do cabelo. Opa, mas peraí, eu adoro essa roupa! O que aconteceu?
Aconteceu que essa roupa de repente não é mais aquela roupa que eu costumava amar. Mas, e agora? O que eu faço? Não quero comprar roupas novas e estou em pleno projeto 333! Primeiro: me neguei a trocar de roupa, vim trabalhar com essa mesmo. Segundo, observei o que estava me irritando. E pasmei com o motivo! Eu emagreci, e a saia que ante fazia eu me sentir confortável escondendo meus excessos agora está fazendo eu me sentir gorda, pois está escondendo minhas curvas! 
Depois de assimilar esse fato por um tempo, cheguei a conclusão de que tenho algumas alternativas: posso ir comprar uma saia nova, que vista melhor o meu corpo atualmente e mandar essa embora, e quem vai me culpar por isso? Posso me obrigar a usar ela, porque sou teimosa, e gradualmente atribuir um sentimento ruim a essa roupa, até que um belo dia vou odia-la mortalmente! E quem não vai entender, afinal todos fazemos isso! Ou posso reformá-la e torcer para conseguir transforma-la em algo que eu volte a amar! Algo que pode dar muito errado...
Desconsiderando isso, a ideia por trás de vir até aqui dividir toda essa história com vocês é a seguinte: quando tratamos de objetos, nada é certeza absoluta. Aquilo que você diz hoje que não poderia se imaginar sem, amanhã pode te irritar profundamente. Então, mesmo que você não tenha coragem hoje de abrir mão de alguma coisa, não tome isso como um assunto concluído. Procure sempre voltar a lugares onde você já destralhou, e revisite cada objeto, porque eu te garanto que você mudou e seu sentimento com relação a esse objeto mudou também. Desapegar não é um ato físico de forma alguma, e sim um ato psicológico. Nós mudamos como paisagens, que vão lentamente se modificando com a ação do tempo e no final, são completamente diferentes. E isso vale a muito a pena.

4 comentários

  1. Nossa, concordo muito, já senti muito isso, de que nunca poderia viver sem uma peça e depois simplesmente nao suporto, pior é quando nao tenho coragem de me desfazer de uma roupa e tento customizar, daí fica uma porcaria e eu doo mesmo assim, rsrs, coisa de gente louca, né...

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    1. Pois é, parece que a gente só consegue se desfazer se a peça estiver pelas últimas né? Mas acho que faz parte, o jeito é trabalhar para isso acontecer cada vez menos!
      Beijão e obrigada pela visita!

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  2. Concordo com vc, Tate!
    Tenho feito isso. Guardo um pouco de coisa, depois volto olho com mais cuidado e descubro que não tem sentido guardar porque não uso nem faz falta... outras vão direto para o desapego.
    Não sei se já comentei por aqui, mas sempre leio seu blog (e faz tempo que conheci, mas depois fiquei sem acessar, mas agora voltei).
    Faz uns dias que estou relendo seus arquivos, a parte de educação financeira é muito boa. PArabéns!

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    1. Renata, que bom que eu não sou a única! rs Obrigada por voltar sempre, fico feliz de saber que as minha ideias podem ajudar os outros a melhorar a vida deles!
      As vezes até eu releio aqueles posts, porque organização financeira requer cuidado constante!
      Obrigada, beijão!

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