Longe dos olhos, longe do coração.

09:00

Os leitores mais antigos do blog sabem que a um bom tempo atrás eu fiz um mutirão de destralhamento aqui em casa e que envolveu a família toda. Tiramos uma boa quantidade de tralha, mas muitas mais ainda ficaram.
Minha mãe esta cada dia mais estressada e percebo que o acumulo de tralha é o responsável. É aquela velha história, os objetos ficam impedindo-nos de ver a realidade da nossa vida, então culpamos os outros ou compramos cada vez mais, o que acaba causando esses surtos de estresse e raiva.
Um exemplo: meu namorido estava lavando louça e acabou o detergente. Foi procurar, não achou e pediu para meus pais comprarem. Minha mãe comprou, chegou em casa e foi verificar o lugar onde costumam ficar os detergentes guardados. Preciso dizer? É lógico que tinha detergente em casa, mas o acumulo de objetos na frente era tamanho que não achamos. Dias desse eu fiquei com vontade de deitar na rede e aproveitar um pouco de sol. Procuramos e procuramos e nada da rede no lugar onde ela deveria estar. Resolvi pegar uma outra que é mais delicada e minha mãe guarda a sete chaves no armário dela (isso mesmo, aquela velha história de não usar para não estragar!). Mais tarde questionei-a e ela me disse que a rede que eu tanto procurei realmente estava no lugar onde eu procurei, mas quem disse que eu achei?
Como eu já disse anteriormente, minha mãe não faz por mal, é lógico que não. Mas é cultural e ela não enxerga que existe uma alternativa diferente. Aliás, ela até enxerga porque muitas vezes me disse o quanto queria uma casa mais clean. 
Bom, dito tudo isso, resolvi adotar como uma resolução de ano novo ajudar a minha mãe com isso. O problema é que nem sempre ela vai colaborar, então eu vou fazer isso mesmo sem ela saber. E já comecei ao lavar o banheiro ontem e destralhar o armário dos meus pais. Separei uma sacola de lixo e uma sacola de objetos que eu não tenho certeza se ela vai sentir falta ou usa, mas que eu guardei longe dos olhos dela. Vamos esperar para ver como isso vai se desenrolar, se ela vai perceber as coisas que sumiram.
E antes que alguém queira me criticar por isso, digo o seguinte: não estou me desfazendo de coisas de uso pessoal dela, estou me desfazendo de coisas da casa, portanto coisas minhas também. Eu nunca me desfaria dos sapatos dela, por exemplo.
Se isso der certo, no final do ano vou abrir o jogo e contar o que fiz e o porque fiz. Ou não, afinal longe dos olhos, longe do coração.

8 comentários

  1. Quando eu morava com a minha mãe a situação era parecida. E toda semana quando ia faxinar a casa eu destralhava tb...ela nunca sentiu falta de nada que eu tirei "das vistas dela"...só que eu saí de casa, casei e já se passaram mais de 10 anos....e a casa dela voltou a ser entulhada de coisas...uma pena!

    Agora eu não posso mais chegar lá e fazer o destralhe. Eu mando para ela alguns textos, converso...mas a iniciativa deve partir dela agora. Eu não moro mais lá...

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    1. Marcela, seu comentário me deixou muito triste. Imaginar que minha mãe pode acabar numa situação parecida. Ela não é acumuladora, longe disso, mas tem essa mania de se apegar a muitas coisas sabe? Acho que você me fez repensar isso de fazer as coisas escondidas, porque pode ser que quando eu não estiver mais ali ela acabe se afundando nesse hábito. Queria conseguir transmitir essas ideias de simplicidade para ela, assim, por osmose! haha

      Obrigada por me mostrar que eu tenho que fazer mais do que só destralhar as escondidas!

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  2. Olá! Tenho acompanhado o seu blog, porque realmente tenho sentido muita necessidade de reduzir e de desapegr, especialmente depois das minhas ultimas mudanças de casa, uma o ano passado e a anterior exatamente um ano antes.
    A cada mudança eu percebi que muita coisa eu so via naquela altura. E outras tantas coisas se mantinham em caixas...sem eu sentir falta delas...até que as voltava a ver. Então comecei o processo - entre a primeira mudança e ainda sem saber que iria ter outra -,,, tentei despegar-me de muita coisa...especialmente por sentir que nao tinha espaço, q estava sufocada de coisas que tinha "medo" de jogar fora.
    Quando surgiu a oportunidade de mudar novamente para uma casa melhor, o facto de ser num prédio, sem elevador, obrigou-me a acelerar este processo de destralhamento. Assim foi. Muita coisa nao veio connosco. Mas as coisas do meu pai foi mais dificil, pois ele n desapega, nem tenta.
    Até que eu surtei e disse que ia ter que acabar, muita coisa teria que ir para o lixo, ate porque mt dessas coisas ja estava estragada ou sem uso nenhum. Ele nao conseguiu faze-lo, nao soube começar. Mas quando eu pus as mãos na massa, e ele sabia e via, acabou por se interessar e por libertar mais coisas do que eu imaginaria... às vezes precisamos de ajuda...para nos apercebermos que ficamos mais leves!
    Obrigada por todas as suas partilhas!
    ***=)

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    1. Eu ainda vou descobrir uma ferramenta para ajudar a minha mãe, assim como você ajudou seu pai. Mas eles são bem teimosos com relação a isso, e fica dificil para nós vermos pessoas que amamos assim.
      Beijos!

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  3. Na casa de minha mae tem mta tralha e ela nao quer de desfazer. eu tbm nao moro mais na casa dela.
    Outro dia convenci de doar pratos e talheres q ela tem guardados enferrujando e ela nao usa.
    obvio q os enferrujados nao vamos dar neh? vao directo pro lixo,, mas o resto q ela nao usa è bom dar.
    eu separei umas facas de prata pra colocar manteiga, q eu gosto mto, e uns de quando eu era bebe q quero passar aos meus filhos, de resto, ela pode se desfazer mesmo.
    agora estou destralhando a minha casa- a q moro de aluguel
    porquer daqui uns meses me mudo pra minha casa propria se Deus quizer, espero seja antes do final do ano rsrsrs
    e nao quero levar nenhuma tralha q tenho aqui agora!
    gosto mto de seu blog.
    bjus

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    1. Lu, que bacana, espero que sua mudança para casa própria seja cheia de energia positiva! Tenho certeza que você vai conseguir destralhar sim!
      Beijo!

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  4. Aqui em casa gosto de limpar e destralhar quando minha mãe não está em casa, pois pra ela tudo é necessário. Minha casa é muito cheia de coisas, estou tentando aos poucos me desfazer das que não usamos para torná-la mais clean. Vamos ver se neste ano consigo.

    Sucesso e um abraço!
    Josy Santos
    http://muraldajosy.blogspot.com.br

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    1. Pois é Josy, eu achei que era só a minha, mas parece que o problema está generalizado! O que será que acontece?

      Boa sorte para nós!

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