De volta a rotina e a busca pela auto-responsabilidade
16:57
Desde muito nova sempre precisei de distanciamento para ganhar perspectivas novas sobre minha vida, meus relacionamentos e minha saúde psicológica. Hoje isso continua sendo uma realidade presente e uma ferramenta necessária para a minha felicidade. E posso dizer com muita certeza que nos últimos meses não tenho sido uma pessoa plenamente feliz.
Tenho passado por um processo de questionamento muito forte, comentei um pouco sobre isso no post que fiz falando que me ausentei das redes sociais pois precisava de espaço para colocar a cabeça no lugar. Finalmente, agora em Junho, tirei férias do trabalho e viajei para um lugar distante onde a única forma de contato possível era absurdamente limitada: fiquei sem internet por praticamente uma semana, na primeira parte da viagem, e a internet oferecida na nossa hospedaria era absurdamente limitada (não contratei o pacote oferecido pela minha prestadora de serviços na região).
Nesse tempo, entre paisagens de tirar o fôlego e somente na companhia do namorado, encarei algumas questões das quais vinha fugindo desesperadamente nos últimos meses. Encarei à mim mesma, meu comportamento e coisas que tenho atraído para a minha vida nos últimos tempos. Nesse momento sou metade pedaços quebrados e metade carne viva, mas tudo arde igual. Até quando vou permitir que outras pessoas controlem meu estado de espírito e influenciem minha felicidade?
Estou resolvida a enveredar pelo caminho da auto-responsabilidade, afinal já passou da hora. Auto-responsabilidade é algo que todos nós conhecemos pelo menos superficialmente, mas que em grande parte do tempo não praticamos. É o famoso "ser uma vítima" das situações, ao invés de ser o dono destas. E sou uma grande culpada desse crime.
Entre acusações de "obrigada por estragar o meu dia", passando pelas muitas reclamações básicas do cotidiano e me afundando em um oceano de egocentrismo, passei os últimos meses me sentindo o pior tipo de pessoa. Desagradável, imperfeita, sem valor e ladeira abaixo, apenas para começar. Desconfiando de cada interação social ao ponto da exaustão, acreditando que todos os elogios eram falsos e todas as tentativas de aproximação eram uma ameaça, atribuindo segundos e terceiros significados a cada conversa. Acusando meu parceiro de estar infeliz comigo, pois como é que eu poderia fazer alguém feliz nessa vida?
Foi então que, sentada em meu quarto após voltar da minha viagem, sentindo uma ansiedade abrasiva no peito por absoluto medo de pensar em retomar minha rotina, tive um momento de clareza muito grande, um verdadeiro insight: por que estou tão aterrorizada? Do que tenho tanto medo? Simples: porque entreguei o poder da minha felicidade e realização pessoal nas mãos de outras pessoas, me negando o direito de decidir como viver minha vida. Me deixando influenciar por preocupações que não são minhas, humores que não são meus, vontades que não possuo. Repetir esse padrão de comportamento parece estar tão arraigado em minha psique que estou enveredando pelo mesmo caminho, novamente. Chega, me nego a aceitar que isso continue acontecendo, me nego a continuar a ser vítima das pessoas que estão a minha volta.
Por fim, deixo aqui para sua reflexão as seis práticas para o domínio da auto-responsabilidade, retiradas daqui:
Se é para criticar (os outros), cale-se.
Se é para reclamar, dê sugestão.
Se é para buscar culpados, busque solução.
Se é para se fazer de vítima, faça-se de vencedor.
Se é para justificar seus erros, aprenda com eles.
Se é para julgar as pessoas, julgue suas atitudes.
6 comentários
Esse negócio de deixar-se influenciar por preocupações que não são nossas é algo que muitos de nós fazemos, e olha, temos sorte por perceber que isso acontece, afinal tem gente que não se dá conta nunca disso, porém ainda assim, não é fácil simplesmente ignorar essas preocupações, é um exercício diário, eu venho praticando TODOS os dias e em alguns deles saio vitorioso e em alguns um derrotado, mas o importante é não desistir. Ler textos como esse me inspiram a continuar, são fundamentais para isso.
ResponderExcluirBeijo
Allan em Palavras
Allan, acho que também ajuda ter um lugar no qual podemos desabafar, e o blog pra mim é fundamental. Ver comentários como esse seu, de pessoas que se identificam com essa situação, ajuda muito! Ultimamente tenho repetido pequenos mantras para me ajudar, não é fácil mas alivia o coração!
ExcluirBeijos!
Uaaau! Que post mais honesto e sincero! Admirável! E que bom que você se tornou consciente de que é tudo seu... Assumindo sua responsabilidade ai sim você pode promover as mudanças e criar a vida que tanto deseja.
ResponderExcluirMuito boa sorte!
Beijos!
Bruna, é um processo. Em geral preciso chamar minha atenção, tenho repetido pequenos mantras para me ajudar, mas eu ainda perco algumas batalhas.
ExcluirObrigada pelo apoio!
Beijos!
Meu Deus!!!! Isso aqui descreveu exatamente o que estava sentindo agora. Resolvi ler sobre minimalismo (que é o meu assunto preferido) para desfocar esse sentimento que hoje está acentuado (carrego há aaanos) e me deparo com essa descrição exata (sendo redundante) do meu momento atual. E quando digo atual digo hoje, agora, nessa hora. Cheguei a chorar aqui minutos antes de ler isso, refletindo sobre essa situação que estou vivendo. Isso me deu forças para continuar tentando. Não tenho pessoas e nem coragem para desabafar sobre isso.... Obrigada! Continue escrevendo, seu blog é fantástico.
ResponderExcluirincrível ....
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