Apesar de ter me comprometido com alguns projetos em 2014, fiquei sem fazer realmente nenhuma meta para o ano. Não sei ainda se isso me deixa apreensiva ou não, mas estou me guiando por um pensamento mais simples (que li no blog do Leo Babauta): não ter metas significa menos pressão e simplicidade nas suas decisões. Acho que minhas metas estão intrínsecas em mim de tal forma que parece tolice formalizá-las. Mas será que é mesmo?
Com o trabalho e a faculdade fechando minha agenda de segunda a sexta, não consigo me imaginar avançando muito em qualquer direção. De qualquer forma, vou falar um pouco sobre os projetos que vocês já conhecem.
O Project 333 está indo muito bem, mas já percebi que poderia ter feito melhor a escolha das peças. Fiquei preocupada de sentir falta de algumas coisas e sacrifiquei colocar os calçados na história, deixando apenas peças de roupa nos 33 itens. Espero melhor para o segundo round, em Abril. Por outro lado ganhei o dia quando me falaram que estou me vestindo de um jeito muito mais executivo ultimamente. Era essa mesma a intenção! Dá uma vontade enorme de me desfazer de todas as roupas que não se encaixam nesse meu ideal, mas vou segurar as pontas por enquanto. Para me ajudar com isso, logo que separei as peças coloquei-as penduradas com os cabides ao contrário, assim conforme uso desviro-os e percebo o que eu usei e o que não.
Com relação as compras, ainda não me sinto muito realizada. Acho que, apesar de ter comprado pouco durante o mês parece que foi coisa demais. As compras (duas peças de roupa de cama, um presente e um livro para a faculdade) me parecem algo que eu teria comprado mesmo sem o compromisso. Preciso melhorar. Por outro lado, estou repensando o que eu costumava associar a uma necessidade. Por exemplo, tinha um orçamento de 100 dinheiros para a farmácia/higiene pessoal mensal. Entrava nisso o meu anti-bebe, meu shampoo e condicionador, hidratante labial e corporal. Esse mês, porém, apenas comprei o anti-bebe. Shampoo e condicionador acabaram entrando no Project Pan, mas o hidratante labial é mais complicado. Raspei a sobra que ficava dentro do plástico e depositei num outro potinho e tenho usado dali. Não vai durar mais uma semana, mas pelo menos posso me considerar satisfeita, porque realmente usei até o fim! Fiz um teste com a recarga do celular, carreguei metade do que costumo e não valeu a pena. Acabei tendo que recarregar novamente e acabei pagando mais caro, no final. Mas já deu para perceber que nessa área não dá para mexer por enquanto.
De resto, destralhei minha papelaria pessoa, escaneei o que faltava escanear e estou me preparando para a volta as aula, agora em Fevereiro. Também não fui para a academia esse mês para aproveitar um tempo a mais ao lado do namorido descansando e lendo. Ou seja, não exercitei o corpo, apenas a mente.
O ano começou devagar, Janeiro foi longo e proveitoso e estressante ao mesmo tempo. Mas foi um bom começo!

Fiquei super feliz ao saber que a Graziella, do blog Minimalismo na Prática, aderiu ao Jogo Minimalista e já começou a destralhar!

Ela citou o meu blog na explicação do desafio, e eu cito agora ela aqui também!

Força total!

Eu admito que sou uma pessoa que valoriza muito se vestir bem. Sabe aquelas pessoas que usam papetes, bermudas caqui e camisetas com a estampa de qualquer ONG que elas apoiam? Não é comigo, e provavelmente nunca vai ser. Por um tempo eu confundi esse meu interesse com o consumo excessivo de moda. Hoje eu entendo que não é bem por aí, ainda bem. Percebi até que dá para conciliar esse tal de minimalismo com um guarda roupas para ninguém botar defeito.

Eu separo cinco opções de roupas nos domingos para usar durante a semana. E eis que na sexta feira eu coloco minha roupa e de repente começo a me sentir irritada. Fico com raiva da roupa, do sapato, do cabelo. Opa, mas peraí, eu adoro essa roupa! O que aconteceu?

Aconteceu que essa roupa de repente não é mais aquela roupa que eu costumava amar. Mas, e agora? O que eu faço? Não quero comprar roupas novas e estou em pleno projeto 333! Primeiro: me neguei a trocar de roupa, vim trabalhar com essa mesmo. Segundo, observei o que estava me irritando. E pasmei com o motivo! Eu emagreci, e a saia que ante fazia eu me sentir confortável escondendo meus excessos agora está fazendo eu me sentir gorda, pois está escondendo minhas curvas! 

Depois de assimilar esse fato por um tempo, cheguei a conclusão de que tenho algumas alternativas: posso ir comprar uma saia nova, que vista melhor o meu corpo atualmente e mandar essa embora, e quem vai me culpar por isso? Posso me obrigar a usar ela, porque sou teimosa, e gradualmente atribuir um sentimento ruim a essa roupa, até que um belo dia vou odia-la mortalmente! E quem não vai entender, afinal todos fazemos isso! Ou posso reformá-la e torcer para conseguir transforma-la em algo que eu volte a amar! Algo que pode dar muito errado...

Desconsiderando isso, a ideia por trás de vir até aqui dividir toda essa história com vocês é a seguinte: quando tratamos de objetos, nada é certeza absoluta. Aquilo que você diz hoje que não poderia se imaginar sem, amanhã pode te irritar profundamente. Então, mesmo que você não tenha coragem hoje de abrir mão de alguma coisa, não tome isso como um assunto concluído. Procure sempre voltar a lugares onde você já destralhou, e revisite cada objeto, porque eu te garanto que você mudou e seu sentimento com relação a esse objeto mudou também. Desapegar não é um ato físico de forma alguma, e sim um ato psicológico. Nós mudamos como paisagens, que vão lentamente se modificando com a ação do tempo e no final, são completamente diferentes. E isso vale a muito a pena.

 Mas eis que eu cheguei em casa e realmente procurei uma imagem e imprimi. Pesquei um estojo de lápis aquarelaveis do meu pai que estava perdido por ali, afinal meu estojo com todos os lápis de cor que eu tanto me apeguei eu mandei embora para a netinha de um colega de trabalho. Tantos anos trancado dentro do meu armário, melhor que vá fazer feliz uma pessoa que pode dar o valor a eles. Depois de dez minutos, ao invés de estar pintando e realizando minhas vontades, estava eu, presa ao tablet, pesquisando furiosamente técnicas e cursos on-line de pintura. Opa, peraí!

Eu queria apenas pintar um pouco e distrair a mente. Larguei o tablet, me dei uma bronca e resolvi começar a trabalhar. Então travei. Que cor eu uso? Dá-lhe a buscar o tablet de novo para pesquisar referências. No final, só consegui largar o dito quando me convenci que não teria problemas se as cores não combinassem. E então pude finalmente me entregar ao que tanto queria.

E como eu me senti? Livre. Livre e em paz de um jeito que eu nem imaginava que poderia, ao fazer uma coisa tão simples. La estava eu, pintando por pintar, como uma criança, sem motivo algum, apenas pela paz de espírito.

Porque queremos complicar tanto a vida? Eu não precisava de nada, poderia só ter chego em casa e me entregado a pintura. A conclusão que eu cheguei foi que a partir de agora vou voltar a pintar. Sei quão corrida é a minha vida, mas me fez tão bem. Eu tinha até chegado a agendar uma terapeuta por conta dos meus níveis de estresse, mas já cancelei a consulta. Talvez eu use o dinheiro que ia gastar na consulta comprando o tal estojo de lápis de cor e assim posso investir um pouco nessa nova terapia. Garanto que sairá muito mais barato.

Quem nunca ouviu aquela história que para mudar um hábito precisamos de 21 dias? Pensando nisso eu resolvi mudar um hábito por mês durante esse ano.

O primeiro que eu escolhi foi arrumar a cama a hora que eu levanto. Eu nunca fiz isso, para a infelicidade da minha mãe. Esse mês eu levantei e arrumei a cama na mesma hora, todos os dias. Isso me fez perceber que eu estava negligenciando os cuidados com esse objeto tão especial e, depois de me dar uma bronca mental, resolvi o problema. Coloquei uma capa impermeabilizante no colchão, comprei um novo jogo de elásticos para segurar o lençol no lugar e comprei também a saia para o box. Depois de quase dois anos adiando. Alias, vale mencionar que essas foram as únicas compras que eu fiz desde o começo do ano (eba!).

Alguns dos hábitos que eu tenho em mente também incluem lavar as coisas que eu sujo na hora, guardar as roupas assim que tirar do corpo, usar um calendário para compromissos e acordar mais cedo. 

Simplicidade pra cá, minimalismo pra lá, frugalidade dando as caras e eu não quero mais comprar nada! Socorro!

Estou tendo que me obrigar a comprar algumas coisas. Nem acredito. Parece que eu fico me consolando no final de cada compra, dizendo coisas do tipo "eu sei Tate, mas era um mal necessário!". Como se eu já não fosse estranha o suficiente sem isso para agregar.

Mas só para constar, eu não vou comprar shampoo mesmo. Não enquanto eu puder evitar. Por isso corri atrás de todas as amostras grátis que estavam perdidas pela casa e vou colocá-las num recipiente. Como eu lavo meu cabelo poucas vezes mesmo, acho que vou ficar um tempo bom sem comprar um frasco de shampoo.

Os leitores mais antigos do blog sabem que a um bom tempo atrás eu fiz um mutirão de destralhamento aqui em casa e que envolveu a família toda. Tiramos uma boa quantidade de tralha, mas muitas mais ainda ficaram.

Minha mãe esta cada dia mais estressada e percebo que o acumulo de tralha é o responsável. É aquela velha história, os objetos ficam impedindo-nos de ver a realidade da nossa vida, então culpamos os outros ou compramos cada vez mais, o que acaba causando esses surtos de estresse e raiva.

Um exemplo: meu namorido estava lavando louça e acabou o detergente. Foi procurar, não achou e pediu para meus pais comprarem. Minha mãe comprou, chegou em casa e foi verificar o lugar onde costumam ficar os detergentes guardados. Preciso dizer? É lógico que tinha detergente em casa, mas o acumulo de objetos na frente era tamanho que não achamos. Dias desse eu fiquei com vontade de deitar na rede e aproveitar um pouco de sol. Procuramos e procuramos e nada da rede no lugar onde ela deveria estar. Resolvi pegar uma outra que é mais delicada e minha mãe guarda a sete chaves no armário dela (isso mesmo, aquela velha história de não usar para não estragar!). Mais tarde questionei-a e ela me disse que a rede que eu tanto procurei realmente estava no lugar onde eu procurei, mas quem disse que eu achei?

Como eu já disse anteriormente, minha mãe não faz por mal, é lógico que não. Mas é cultural e ela não enxerga que existe uma alternativa diferente. Aliás, ela até enxerga porque muitas vezes me disse o quanto queria uma casa mais clean. 

Bom, dito tudo isso, resolvi adotar como uma resolução de ano novo ajudar a minha mãe com isso. O problema é que nem sempre ela vai colaborar, então eu vou fazer isso mesmo sem ela saber. E já comecei ao lavar o banheiro ontem e destralhar o armário dos meus pais. Separei uma sacola de lixo e uma sacola de objetos que eu não tenho certeza se ela vai sentir falta ou usa, mas que eu guardei longe dos olhos dela. Vamos esperar para ver como isso vai se desenrolar, se ela vai perceber as coisas que sumiram.

E antes que alguém queira me criticar por isso, digo o seguinte: não estou me desfazendo de coisas de uso pessoal dela, estou me desfazendo de coisas da casa, portanto coisas minhas também. Eu nunca me desfaria dos sapatos dela, por exemplo.

Se isso der certo, no final do ano vou abrir o jogo e contar o que fiz e o porque fiz. Ou não, afinal longe dos olhos, longe do coração.

Ganhar presente é gostoso e todo mundo gosta, mas eu descobri que a sensação de ganhar um presente quando não estamos consumindo nada além do necessário pode ser mil vezes melhor.

Namorido me presenteou com um dispenser de fita adesiva em formato de cachorrinho! Quase morri de felicidade, somos amantes de bicho natos!

Fiquei mais feliz ainda porque parece que foi uma recompensa pelo trabalho que eu tive no fim de semana, onde eu destralhei minha papelaria pessoal (de novo!). Alias, como doeu. Me desfiz de todos os papéis que guardava para impressões rascunho. Separei apenas duas canetas de cada cor e mandei todo o resto embora. Peguei as folhas de fichário da minha coleção da escola e separei as que eu vou me obrigar a usar na faculdade. Agendas velhas que eu vivia prometendo que ia reutilizar. Blocos das aulas de desenho geométrico do ensino fundamental. Enfim, uma carnificina.

Acabei liberando uma das caixas que eu usava para armazenar papel e consegui agrupar tudo que eu usava para organizar embaixo da mesa do computador. Apesar de ter ficado bom, ainda estou inquieta. Dá para fazer melhor! Por isso ainda não tirei fotos para colocar aqui, inclusive. Também organizei num porta trecos todo o material que eu uso na minha agenda, e que eu posso usar na faculdade. Fiz isso porque peguei o hábito de dedicar uma horinha do meu domingo a cuidar do meu planejamento semanal, e fica mais organizado com tudo ali no mesmo lugar. 

Esse ano quero tirar a mesa do computador do quarto e montar uma escrivaninha no lugar. Mas ainda é uma decisão a ser pensada.

Sei que muitas pessoas ficam aflitas a respeito de comprar, e houve uma época em que tudo que eu comprava fazia eu me sentir absurdamente mal depois. Hoje eu percebi que existem certas atitudes que podem ajudar o processo de "não comprar" ser mais fácil.

Parece bobeira, mas eu fiz essas coisas e ainda faço para contornar a vontade de comprar. Ou mesmo quando você não está com vontade e você vê uma coisa bacana. A hora que percebemos já estamos puxando a carteira, afinal quem nunca? Eu também sou humana e na inocência quase já quebrei meu compromisso de controlar as compras durante esse ano. É aquela história: vigilância constante. Um dia chegamos lá!

Do jeito como eu enxergo, se você não tomar muito cuidado vai acabar fazendo os dois. Postergar algo conscientemente envolve pensar algo do tipo "ok, isso vai ficar melhor se eu fizer mais tarde" e procrastinar incoscientemente seria "mais tarde eu faço". Não parece muito diferente para mim.

Todo mundo procrastina, isso é normal. Mas preste atenção se você não está procrastinando sob a desculpa da postergação. Algumas dicas para ajudar:

Basicamente eu aplico a primeira regra quando estou com preguiça de fazer algo na hora e cogito esperar acumular para fazer tudo de uma vez mais tarde. A segunda, quando eu cai na armadilha de esperar algo acumular e o resultado foi catastrófico.

Estou vivendo um impasse com essa história de simplificar. Eu queria muito chegar em casa hoje e tirar tudo de dentro do meu quarto, e depois só devolver o que eu realmente uso. E o resto? Mandar embora! Mas não é assim que funciona, não é assim que a banda toca.

Não me entenda errado, eu sou uma destralhadora de carteirinha. Faço pequenos destralhes quase diariamente. Mas não acho certo me desfazer de tudo sabendo que tem gente por aí que não tem condições para ter sequer metade daquilo. Por exemplo, eu tenho dois tênis para exercícios, e isso já é um a mais do que o necessário. Um deles é o meu favorito e o outro está tão novo que ainda machuca por não ter sido usado, apesar de ter sido ganhado primeiro. "Manda embora!" Não, não é assim. Mandar embora para ter que comprar um daqui a uns tempos porque o favorito rasgou? Ou ter que ficar sem treinar porque o favorito está lavando?

Sei que parece discurso de quem não consegue desapegar, mas não é esse o caso. Eu penso em todo o custo desse objeto. Ele foi produzido em algum lugar, por alguém. Talvez tenha sido feito por uma criança. Ele foi transportado, talvez por mar, talvez por ar, talvez por terra, com todos os custos que isso acarreta para o planeta. Ele foi comprado com o dinheiro de alguém, ou seja, com o suor, o cansaço e o trabalho de uma pessoa. E dai apareço eu e simplesmente ignoro tudo isso e tiro ele da minha vida? Não, isso não está certo.

Então como você vai simplificar sua vida? Simples. Parando hoje de comprar novos objetos, sabendo como sei que tenho eles aos montes em casa. Simplificar de maneira inteligente exige paciência. Você pode destralhar todas aquelas coisas obvias e aqueles objetos do famoso "e se", mas tenha consciência de qual o custo disso. Mandar embora o que se tem apenas para voltar a comprar uma versão nova não é a minha definição de ato consciente. Use, use e use até o fim. Quando estragar, mas estragar de verdade, se desfaça. Tente viver sem, mas se realmente não der compre um novo.

Ainda está louco de vontade de desapegar de tudo? Comece primeiro se desapegando da vaidade de ter a última, mais bonita e mais moderna versão das coisas. Quando você chegar lá (eu mesma estou trabalhando nisso!) você estará no caminho certo.

Tenho lido muito sobre simplicidade ultimamente. É muito engraçado, pois parece que virei uma chave dentro da minha cabeça, do botão “complique” para o “simplifique”. Percebi também que o mais simples nem sempre é o mais bonito, e quando você desiste de usar o mais bonito as coisas ficam bem mais simples. Simplifiquei também minhas expectativas, esse ano nem sequer fiz uma lista de resoluções e metas. Minha meta? Ser feliz. Simples assim.

Costumava invejar aquelas pessoas de agenda ocupada, com mil compromissos. As pessoas que ganham muito, que saem muito. Mas daí eu percebi que era muito "muito" para mim. Quero algo mais simples. Hoje eu consigo ter foco, como foi que eu vivi tantos anos sem? Aquela sensação prazerosa de fazer uma única coisa de cada vez e fazer direito. Planejamento? Sempre, mas um planejamento pé no chão. Simples, como a vida tem que ser.

Simplificando eu levo meu dia. Acordo e faço a cama, me troco e tomo café. Carrego apenas o peso necessário. Trabalho com uma coisa de cada vez. Treino focada, sinto meu corpo. Volto para casa e me organizo para que o dia seguinte seja simples assim, fácil.

Resolvi adotar uma estratégia nova com a minha agenda desse ano, e até agora estou muito satisfeita.

A primeira coisa que eu fiz foi estabelecer um código de cores:

Depois, criar uma lista de tarefas para a semana. Faço isso no domingo, com calma. Tento colocar uma tarefa para cada área, com um limite de três no máximo.

Durante a semana eu vou fazendo conforme minhas possibilidades. Prendo a lista com um adesivo, então posso movimentá-la através das páginas da semana. 

Além disso, anoto na agenda os outros compromissos que vão surgindo e os detalhes das tarefas da lista semanal. Gosto da ideia das cores, pois assim consigo entender melhor.

Para não ficar na mão com pequenas adversidades e facilitar meu dia-a-dia, deixo algumas coisas a mão na minha mesa de trabalho:

1) Meus antigos óculos de grau 

Apesar de não ser do grau correto ele quebra um galho nas vezes que eu esqueço de pegar o meu em casa, o que já aconteceu antes.

2) Lenços removedores de esmalte 

Parece futilidade, mas pega mal ficar com as unhas descascadas no trabalho. Uso os lenços por serem práticos, discretos e inodoros.

3) Elásticos e grampos de cabelo 

Nunca é demais.

4) Band-aids

Já me cortei com papel enquanto manuseava alguns documentos e ninguém tinha um band-aid. Agora não preciso me preocupar.

5) Alicate e lixa de unha

Minhas unhas quebram com facilidade e a cutícula as vezes levanta e fica doendo, para mim é essencial ter esses dois por perto, infelizmente.

6) Um absorvente 

Porque nunca sabemos o que pode acontecer.

7) Um par de sapatos sociais 

Em geral eu vou pro serviço com o tênis da academia, então faço um rodízio com meus sapatos no serviço. Ajuda também se acontecer algo com meus sapatos na rua.

8) Kit de higiene bucal

Assim como muitos, tenho uma escova e pasta e fio dental. Além disso um pequeno enxaguante bucal, totalmente dispensável.

9) Creme hidratante para as mãos

Trabalhar no ar condicionado é dose. As vezes a mão fica extremamente seca e eu já senti falta disso algumas vezes. Trouxe um creme que eu não gostava e estava parado lá em casa e quebra um super galho!

Parece muita coisa, mas são apenas dois estojos, um impermeável com o kit bucal (assim não molha na pia do banheiro) e um maior com o resto das coisas. Poderia até mesmo ser um, mas tenho bastante espaço e assim uso as duas bolsinhas. O sapato fica num armário. Além disso o escritório disponibiliza lenços de papel para os funcionários e eu sempre tenho um a mão!

Lembrando que eu apenas acrescento coisas quando sinto falta de tê-las por perto. Foi assim que cheguei a esse kit atual!

Aproveitando a carona até o serviço, resolvi levar alguns objetos que separei para mandar embora. Três envelopes plásticos com documentos, dois enfeites e uma sacola de roupas para devolver no curso de cabeleireiro.

Ao chegar no serviço já resolvi o problema dos documentos. Acabei triturando a maior parte e só digitalizei umas dez folhas. Os enfeites eu estava pensando em dar para uma colega. Dito e feito, ela adorou no momento que viu. Chegou a hora de resolver o último problema: a sacola de roupas. Carreguei por dez minutos a sacola, até a academia, onde tinha que resolver um assunto. Chegando lá, não consegui continuar segurando: as alças estavam quase cortando meus dedos. Descer da academia até a escola pareceu demorar uma eternidade, arrastando aquele peso. Por um instante achei que não iam aceitar as roupas, mas enfim pude deixar aquele peso para trás. Andar até o ponto de ônibus, depois de carregar aquele pequeno fardo, nunca pareceu tão fácil.

Parece bobeira, mas só assim mesmo para percebermos o peso que as nossas tralhas tem sobre nossas vidas. Me senti tão livre ao deixar aquela sacola de roupas para trás.

Use it up / Use até o fim.

Wear it out / Suas roupas também.

Make it do... / Faça o que você já possui servir...

...or do without / ...ou faça sem.

Tradução livre feita por mim.

Faz alguns meses que eu adotei o mantra "melhor feito do que perfeito" e me lembro de até mesmo já ter comentado sobre isso aqui. Hoje posso contar algumas vitórias conquistadas sob esse estandarte e incentivo vocês a trabalharem assim.

A maior vantagem foi a melhora no meu foco pessoal. Só por comparação: no semestre passado eu aumentei em meio ponto minha média geral da faculdade, sendo que no primeiro semestre eu apenas estagiava e estudava e dispunha de bastante tempo livre. No último, com a academia ocupando meu intervalo entre estágio e faculdade, essa técnica em ajudou a focar no momento presente, ou seja: durante as aulas eu prestava atenção redobrada, nos dias de prova, eu estudava para a matéria da prova, sem ficar pensando em outras matérias.

Seja dobrando camisas, fazendo o almoço, preenchendo planilhas, malhando, dormindo, lendo ou passeando, foque no presente. Se não dá para ser perfeito, é melhor que pelo menos seja feito, certo? Isso ajuda, e muito, a evitar o pânico dos ansiosos. Quando estiver envolvido com um projeto, não adianta ficar pensando no resultado final. Foque em cada passo necessário para alcançar seu objetivo e faça o melhor que puder.

Boa sorte!

Eu tenho o sentimento de "melhorar sempre" bem arraigado dentro de mim. Acho que desenvolvi ele por nunca ter sido a melhor em nada, e ter uma necessidade fortíssima de querer mostrar resultados. Isso é um problema quando não tenho meus pensamentos equilibrados e o foco acertado, mas é uma bênção quando estou no estado mental correto. 

Recentemente, tive uma conversa com a minha chefe, e me lembro de ela ter perguntado se eu me considero uma boa funcionária. Minha resposta para isso foi que eu me considero uma funcionária normal, que têm muito a melhorar. 

Esse é o jeito que eu enxergo as coisas: não sou eu quem sou boa demais, na verdade eu estou na média ou até mesmo abaixo dela. Eu tenho esse sentimento de "melhorar sempre" tão forte dentro de mim, que não me considero nada de especial, só mais uma pessoa fazendo o que se comprometeu a fazer.

Essa também a minha maldição, meu calcanhar de Aquiles. Eu sei que nos poucos momentos que eu me deixo abalar, o motivo é esse: o que eu fiz não foi levado em consideração. Um remédio para essa doença têm sido trabalhar minha satisfação pessoal auto-aplicada. Mas a cura do meu mal só vai chegar no dia que eu desapegar dessa necessidade de ser notada.

Até lá, o que eu faço? Continuo buscando melhorar sempre. E para falar a verdade, mesmo que eu me liberte da minha necessidade, espero nunca perder essa motivação.

1) Entupir um fichário de post-its fofos e canetas coloridas... mas não faz sentido, porque não uso nem post-its normais! E as canetas coloridas estão saindo pelo ladrão lá em casa...

2) Ter um planner do tipo Filofax tão entupido de coisas que mal fecha... mas não faz sentido, mal consigo usar uma agenda normal!

3) Ter uma coleção enorme de Washi Tapes para colar até na minha cachorra... mas não faz sentido porque eu mal usei as fitas coloridas da Moranguinho que eu comprei em 2009!

Dezembro acabou e levou com ele 500 objetos que estavam pesando na minha vida. Foi um mês interessante onde coisas inesperadas aconteceram, e para explicar melhor eu resolvi fazer esse post-relatório. 

Como minha rotina é bem puxada (no começo do mês eu ainda estava tendo provas na faculdade) eu usei uma tática para conseguir manter o desafio: durante os finais de semana eu fazia um grande destralhamento e juntava todos os objetos em uma pilha no meu quarto. A grande sacada do desafio era se livrar dos objetos dentro do dia em que eles estavam vinculados. Então, nos dias corretos eu pegava os objetos e levava embora! Simples assim! 

Até que chegou a madrugada do dia 10. Acordei com dores fortíssimas, dei entrada no hospital à 01:30hrs e só recebi alta no dia 12. Fiquei em pós operatório e só me recuperei plenamente no dia 20. Durante os dias que eu estava em recuperação, tentei separar algumas coisas do desafio, mas poucas delas saíram da minha casa. Então, por causa das minhas limitações, eu resolvi que até o fim do mês eu ia me desfazer de tudo, pra valer!

Tiveram dias que, mesmo tendo a pilha de objetos no meu quarto, eu jurava que não ia conseguir. Quando descobri o desafio, reparei que muitas pessoas chegavam apenas até o dia 20, mas muito antes disso eu já estava tendo dificuldades. Eu pensava "tenho tantas coisas, será possível que realmente a maioria não é tralha?". E ao olhar a minha volta eu via muitos objetos que não tinham o menor valor sentimental, eram apenas coisas!

Por outro lado, eu me desfiz de objetos que eu nunca ia sequer imaginar, como o meu cofre em formato de porco, por exemplo. E senti tanta dor de mandar embora meus clipes de cabeleireiro que até agora não entendo o porque de tanto apego com aquelas coisas. E algumas conclusões a respeito da minha vida e das minhas escolhas me assombraram junto com alguns objetos que desapeguei. Você pensa que é bem resolvida, mas não é coisíssima nenhuma. Você não é dona de seus objetos, a verdade é que eles são seus donos.

Depois de alguns dias, eu comecei a reparar em um fenômeno estranho: pequenos espaços foram surgindo. Um espaço entre o último DVD da pilha e prateleira de cima da estante. Um espaço na caixa de esmalte, que fazia eles ficarem tombando o tempo todo. Espaço na caixa de roupa de cama, na gaveta de pijamas. Espaço no maleiro. Muito espaço no maleiro. Espaço entre os cabides do armário. Espaço na maleta de maquiagem. Espaços surgiram, as coisas ficaram mais bem organizadas e ao mesmo tempo estranhamente deslocadas. Caixas vazias surgiram.

Eu mudei. Eu costumava pensar que sempre existe algum acessório que podemos comprar ou fazer para ajudar na organização e agora eu penso que se você precisa trazer mais uma coisa para sua vida é porque alguma coisa está errada. De repente eu comecei a limitar os espaços que os objetos podiam ocupar na minha vida, e isso fez sentido. Uma caixa menor para os esmaltes, uma gaveta para toda a roupa intíma, uma caixa para todo o papel. Cada vez menor.

Além dos objetos do desafio (que foram fotografados e documentados aqui) ainda tiveram outros que foram embora em um impulso tão rápido que não dava tempo de registrar. Ou aqueles tão insignificantes em tamanho que só foram direto para o lixo.

Alguns dias me exigiram seu preço, outros foram tão fáceis que me senti como se estivesse trapaceando. No final do desafio, eu fiquei com um buraco de dois dias: dias 28 e 29. Eu tinha separado e fotografado todos os dias, mas não tinha nada para esses dois. E agora? Bom, eu vou tentar, nem que  só mande embora uma coisa em cada um, afinal tiveram dias em que eu me desfiz de mais objetos do que apenas os previstos, que eu contei pequenos grupos como um só. Acho que faz parte, afinal é muita coisa para considerar. De todos, não me arrependo de nenhuma escolha. E tenho certeza que não posso me considerar perdedora do desafio, não depois de tantas coisas terem ido embora da minha vida.

Adorei a experiência, foi libertadora! Vou, com certeza, repeti-la. Talvez daqui a um ano, em Dezembro também. Mas será que ainda vou ter tantas coisas para mandar embora? Estou pensando também em dividir essa experiência com a minha mãe, porque esse desafio foi feito apenas com as minhas coisas e eu sei que na minha casa tem muita tralha.

No mais, quero convidar você a participar da brincadeira também, que tal?! Alguém se habilita?!